Recursos digitais para educação têm melhores resultados no ensino médio
O uso de tecnologias no ensino, acelerado em função da pandemia, apresenta maior eficácia para alunos do Ensino Médio. Além disso, as escolas têm melhor desempenho em relação a itens ligados à infraestrutura (disponibilidade e qualidade de equipamentos tecnológicos e acesso e conexão à internet) do que a conteúdos – como curadoria, acesso e uso de programas, aplicativos e conteúdos digitais nas instituições escolares.
Os dados integram o Índice de Preparação Para Uso de Recursos Educacionais Digitais nas escolas estaduais do Rio Grande do Sul, estudo elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e divulgado nesta terça-feira (26/10). O indicador foi constituído por 12 variáveis que compõem quatro dimensões, cujo desenvolvimento tem de se dar conjuntamente para que as tecnologias sejam utilizadas com sucesso na educação; o material teve origem a partir de questionários para diretores, professores e alunos do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2019.
Entre os recursos que os professores utilizam e consideram adequado está o projetor (60,8%). Esta mesma avaliação em relação ao computador é de 30% (para 26,2% há o uso, mas é razoavelmente adequado) e, além disso, 21,5% responderam que não usam ou não têm computador nas escolas. A internet é usada, mas apontada como inadequada para 29,3% e adequada para 28%. Para o restante, é classificada como pouco adequada ou inadequada e 10,7% responderam que não usam ou não têm.
Em relação aos conteúdos, não são usados ou não existem softwares segundo 33,5% dos professores ou acervo multimídia para 21%. Os casos em que há uso e é considerado adequado é de 19,2% para softwares e 23,5% de acervo multimídia (os demais casos se dividem em razoavelmente adequado, pouco adequado e inadequado).
A maior parte dos professores se sentem razoavelmente preparados (53,4%) ou muito preparado (27,8%) para usar novas tecnologias de informação e comunicação na prática pedagógica (17,4% dos professores se dizem pouco preparados e 1,4%, nada preparados). As formações e cursos realizados no ano para utilização de novas tecnologias em apoio às atividades contribuíram razoavelmente para 39,1% dos professores e muito para 25,7% (para 22,5% contribuiu pouco e para 12,7% não contribuiu).
Outra etapa do questionário foi realizada junto aos diretores, com foco em verificar se foram oferecidas no ano atividades de formação na área de novas tecnologias – a maioria (67,4%) apontou que sim. “Para que sejam aproveitados os conteúdos digitais e a infraestrutura presentes no ensino médio, é necessário focar na melhor preparação dos professores para a utilização desses suportes e para que a competência dos professores seja melhor utilizada no ensino fundamental, é necessário reforço de infraestrutura e conteúdos”, destaca a pesquisadora do DEE/SPGG e autora do estudo, Daiane Menezes.
A realidade dos alunos
A maioria dos alunos (87,6%) tem wifi no domicílio e conta com pelo menos um computador em sua residência (71,3%), sendo que 44,4% têm um computador; 18,9%, dois; e 8% tem três ou mais. Porém, 23,2% não têm nenhum.
Em relação a tablets, a maioria não tem (61,4%); 25% tem um; 6,1%, dois; e 2,4% tem três ou mais. “É importante ressaltar que não há informação sobre o acesso ao equipamento. Em lares nos quais existe apenas um computador, esse pode ser, por exemplo, o instrumento de trabalho de alguma pessoa do domicílio e não estar disponível para uso do estudante”, observa a pesquisadora que destaca, ainda, que celulares não constavam como item do questionário.
exto: Raquel Schneider/Ascom SPGG
Edição: Marcelo Flach/Secom