Cerca de 10,1 milhões de mulheres empreendem no Brasil, em 2022, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Contudo, mais da metade das mulheres começam um negócio por necessidade. A confeiteira Rayane Wents é uma delas. Há um ano, no batizado do filho, a brasiliense mostrou para os convidados suas habilidades com bolos e doces.
Começou ali uma possibilidade de transformar o amor pela culinária em renda. A formação universitária em comunicação a ajudou a criar um perfil no instagram para expor os produtos, mas faltava conhecimento em confeitaria. Aos poucos foi fazendo cursos on-line, procurou o Sebrae e foi se profissionalizando.
“Comecei sem saber ponto de recheio, ponto de brigadeiro, então muita coisa deu errado nesse processo”, conta. Em outubro, começou a se profissionalizar e fazer cursos pela internet e também no Sebrae. “Hoje meus bolos são mais bonitos. Sonho em ser uma confeiteira conhecida e ter empregados”, diz.
Para mulheres como Rayane, o Governo Federal desenvolveu o programa Brasil pra Elas. A iniciativa, lançada no dia 8 de março, reúne a participação de diversas organizações (públicas, privadas, da sociedade civil) em uma única plataforma: www.gov.br/brasilpraelas. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) é um dos parceiros e participa do conselho da organização, que deve se reunir ainda em abril. “A CNI é um parceiro importantíssimo para ajudar a introduzir essas mulheres no mercado e a dar vazão para seus negócios”, considera a subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas empresas do Ministério da Economia, Carolina Busatto.
Por meio do portal, as mulheres podem iniciar uma trilha de formação que vai desde a área técnica até a tomada de crédito. “O governo espera muito que as mulheres tenham as condições para atingir essa liberdade financeira com total capacidade de escolher o espaço que elas podem ocupar na sociedade”, diz Busatto. Para ela, a atividade econômica das mulheres aquece a economia e beneficia diretamente suas famílias e a comunidade próxima.
“As mulheres são as grandes shoppers, responsáveis por 80% da decisão de compra, mas respondem apenas por 20% das operações de crédito”, compara Busatto. A iniciativa Brasil pra Elas conta com apoio de instituições bancárias e procura simplificar o crédito para uma linguagem que seja acessível para as empreendedoras.
A maior parte das empreendedoras brasileiras atua no setor de serviços, em áreas como alimentação. Para Busatto um dos desafios do programa é capacitar mulheres sobre possibilidades de empreender em outros ramos como o de tecnologia. “A ideia é trazer para o centro da discussão como que a gente apoia as mulheres a ocuparem os espaços que elas quiserem na sociedade e terem e atingirem liberdade econômica e individual para isso”, conclui.
Fonte: Brasil 61
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