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Com um dos patrimônios culturais mais visitados do país, Minas Gerais ainda sofre na escuridão que causa insegurança a moradores e turistas em espaços públicos, sob a fiação elétrica cruzando a paisagem urbana e diante de monumentos mal iluminados. Para clarear de vez a situação e aplicar medidas eficazes, nasce um projeto que prevê o cabeamento subterrâneo em 42 localidades do estado, incluindo sede municipal e distritos de relevância histórica.
Em Ouro Preto, na Região Central do estado, o secretário de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas Oliveira, anunciou ontem o projeto Luzes no Patrimônio, parceria entre a pasta e a Cemig. Segundo o secretário, que se encontrou com o prefeito Angelo Oswaldo, a Cemig vai elaborar o pré-projeto. Já foi criado um grupo de trabalho “para entender e discutir os desafios nas ações em várias frentes, como, por exemplo, a questão de cadastro das prefeituras, articulação com as empresas de telecomunicação com atuação nas áreas, o levantamento topográfico e outros”.
Os primeiros municípios atendidos serão Conceição do Mato Dentro e seus distritos de Córregos e Tapera, na Região da Serra do Cipó, e os núcleos históricos de Catas Altas, na Região Central, e do distrito de Santa Rita Durão, em Mariana, a 115 quilômetros da capital. A expectativa é de que o serviço comece em sete meses.
XTENSÃO Em Ouro Preto, primeira cidade brasileira a se tornar Patrimônio da Humanidade (1980), a sede já conta com o cabeamento subterrâneo em alguns trechos, e o Luzes no Patrimônio será estendido a outras ruas, além de igrejas e monumentos. Conforme a Secult, serão conduzidas obras de cabeamento e instalação de nova iluminação pública ao lado de iluminação cênica das principais construções da Praça Tiradentes, no Centro Histórico, e de algumas igrejas.
“A requalificação da iluminação pública irá adequá-la à realidade atual, trazendo também mais segurança para moradores e turistas. Além disso, promove mais aderência à política de ações estruturantes, pois traz, junto, melhorias na pavimentação, saneamento, modernização da iluminação pública e rebaixamento das calçadas”, afirmou Leônidas. A iluminação cênica monumental está prevista para a Escola de Minas, Praça Tiradentes, Museu da Inconfidência e algumas igrejas da cidade.
Para Ouro Preto está previsto o cabeamento subterrâneo, adequação e modernização da iluminação nas seguintes vias públicas: Xavier da Veiga, Manuel Cabral, Antônio Dias e Antônio V. de Brito (Etapa I); Diogo de Vasconcelos, Vitorino Dias, Pacífico Homem, Franklin Amâncio dos Santos (Etapa II); Francisco de Assis, Serafin Epifânio Silvério, Bárbara Heliodora, Arthur Versiane dos Anjos, Francisco Isaac, Desidério de Matos, 2 de Outubro, Faria Maciel (Etapa III).
REVITALIZAÇÃO PARA O TURISMO
Leônidas explicou que todas as ações do projeto são importantes para a recuperação ambiental dos espaços, atrair o turismo e melhorar a qualidade de vida dos moradores. Especialmente em municípios e regiões de tradição mineradora, a parceria com empresas desse setor, com as quais eles têm vínculo, para desenvolvimento de novas etapas do projeto, representa “uma forma de criar um legado, algo de que os municípios poderão desfrutar”.
A Secult informa já ter autorização para os projetos de licenciamento ambiental, e alguns recursos garantidos por meio de medidas compensatórias (no caso de Conceição do Mato Dentro, da Anglo América; e de Catas Altas e Santa Rita Durão, da Vale).
FONTE: JORNAL ESTADO DE MINAS GERAIS
(Foto: NENO VIANNA/PREFEITURA DE OURO PRETO/DIVULGAÇÃO)